Hoje reconheço-me totalmente naquele extracto da “Toada de Portalegre” de José Régio que reza assim: “(…) Quem desespera dos homens,/ Se a alma lhe não secou,/ A tudo transfere a esperança/ Que a humanidade frustrou:/ E é capaz de amar as plantas,/ De esperar nos animais,/ De humanizar coisas brutas,/ E ter criancices tais,/ Tais e tantas!/ Que será bom ter pudor/ De as contar seja a quem for!”
Totalmente descrente da natureza humana, tornei-me num eremita que cuida do seu jardim na companhia de sete discípulos: cinco cães e dois gatos. Dizem que trato melhor os cães e os gatos do que as pessoas. Mas não é verdade.
(Excerto do Prefácio)