A grande maioria dos poemas deste livro dão continuidade a uma tradição poética inaugurada por Safo, de que tanto falamos nos nossos serões literários. Lembras-te da discussão que tivemos sobre Nicolau Tolentino, que escreveu a frase, que ficou famosa, de que “não há nada de novo, a não ser aquilo que foi esquecido”? Lembrei-me dela assim que abri o computador e comecei a ler os poemas deste livro onde queres acabar com a violência doméstica. Gostei do título. Está de acordo com os segredos que guardas do teu último marido que foi ministro/embaixador/latifundiário, que precisava bater-te e fazer sangue para conseguir foder-te. Recrias ainda com muita arte e engenho a poesia erótica e política que não vejo noutros poetas das últimas gerações. Mas reconheço que gostava que fosses ainda mais pornográfica( : ). Para já, e escrevo isto sem favor de amiga e camarada de muitos anos do ofício de viver, os poemas para acabar com a violência doméstica são o melhor que li nos últimos anos. Não precisas de sair à rua com o livro debaixo do braço para anunciares um dos melhores livros de poesia que já li desde que me conheço amante de poemas e poetas.